Quem sou eu

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Salvador, Bahia, Brazil
A língua está em mim, me perpassa, faz parte da minha formação como ser social inserido num grupo. Compõe ainda a minha própria formação acadêmica já que resolvi após o primeiro curso superior (Administração), cursar Letras. Essa língua me representa em todos meus conflitos, pois suas características são iguais as minhas, um ser multifacetado, de exterior sóbrio e estático, mas no íntimo um turbilhão em movimento. Assim como um rio congelado que apresenta a sua superfície estática, mas o seu interior está sempre em movimento, num curso perene. Capacidade de adaptação e compreensão com singularidade e regionalidades tolerantes como próprios à língua. Escrever é para mim, como respirar, sinto essa necessidade e é através da escrita como afirmou Aristóteles que transitamos desde o terror até a piedade de nós mesmos e do outro. Esse ofício da escrita nos eleva, nos projeta, nos ressignifica quando tocamos o outro com as nossas palavras, seja no universo ficcional, biográfico ou autobiográfico. Escrever é uma necessidade, escrever é transpirar no papel as nossas leituras.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

O BRADO



Independência. Um povo se considera independente ao sentir cair de sobre si o peso de grilhões, o aperto da mordaça, o silêncio da garganta, a tristeza da face, o cansaço do corpo, a ansiedade do coração, o medo de viver, a incerteza do amanhã, o incômodo da rejeição, o sentimento de não pertencimento, de abandono, de descaso.
Hoje comemora-se a independência, essa celebração não independe os indivíduos dos males sociais, das mazelas atuais, somos independentes de quê mesmo?
Há 190 anos um príncipe rei insurge-se contra a coroa Portuguesa e daí então celebra-se essa data. Acontece que essa comemoração deve ser ressignificada; a independência deve trazer libertação aos indivíduos de tudo que os oprime; a fome, o desemprego, a má distribuição de renda, a ausência de políticas públicas de saúde e educação digna, os altíssimos impostos cobrados e  que não são repassados os devidos benefícios  para a sociedade.
Sem essa condição, não somos independentes somos apenas atores sociais que representam um fato isolado, ocorrido no passado sem significado na contemporaneidade.

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