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Salvador, Bahia, Brazil
A língua está em mim, me perpassa, faz parte da minha formação como ser social inserido num grupo. Compõe ainda a minha própria formação acadêmica já que resolvi após o primeiro curso superior (Administração), cursar Letras. Essa língua me representa em todos meus conflitos, pois suas características são iguais as minhas, um ser multifacetado, de exterior sóbrio e estático, mas no íntimo um turbilhão em movimento. Assim como um rio congelado que apresenta a sua superfície estática, mas o seu interior está sempre em movimento, num curso perene. Capacidade de adaptação e compreensão com singularidade e regionalidades tolerantes como próprios à língua. Escrever é para mim, como respirar, sinto essa necessidade e é através da escrita como afirmou Aristóteles que transitamos desde o terror até a piedade de nós mesmos e do outro. Esse ofício da escrita nos eleva, nos projeta, nos ressignifica quando tocamos o outro com as nossas palavras, seja no universo ficcional, biográfico ou autobiográfico. Escrever é uma necessidade, escrever é transpirar no papel as nossas leituras.

sábado, 15 de julho de 2017

CONCEPÇÃO DE LÍNGUA/LINGUAGEM, FORMAÇÃO DE PROFESSORES E ENSINO DE PORTUGUÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA (PLE)










            Segundo Oliveira (2007), a concepção de língua/linguagem adotada pelo profissional docente irá influenciar na sua atividade profissional. Dito de outra maneira, se o professor entender a língua/linguagem como um conjunto de sistemas formais, ele irá desenvolver a sua docência a partir dessa concepção de língua/linguagem, o que irá privilegiar certos aspectos linguísticos em detrimento de outros.
            Sobre o ensino do Português como Língua Estrangeira (PLE), a dinâmica se dá da mesma forma, no entanto, o mais coerente é que o professor seja capaz de utilizar as várias concepções de língua/linguagem conforme as necessidades dos alunos. Em se tratando de PLE, fica evidente que a concepção sócio-interacionista e uma abordagem que enfatize o método comunicativo trará maiores resultados no aprendizado desses alunos. Não podemos dissociar a língua da cultura durante a atividade docente, uma vez que a cultura perpassa a língua. Aprender uma língua estrangeira, ou uma segunda língua(L2) implica em  mergulhar na cultura dessa língua em questão.
             Segundo Mendes (2010), o caminho que nos favorece nessa atividade de ensino é a etnografia, que é a forma do professor investigar a comunicação humana em tempo real, através de sua atividade docente. Conforme Santos(2009)Isso se dá da seguinte forma: o professor ao mesmo tempo em que ministra a aula, ele avalia a recepção dos alunos diante das atividades propostas, dos materiais utilizados, do modelo de avaliação/exercício, e ao final esse docente irá propor melhorias ao seu próprio método de ensino ou abordagem, no intuito de otimizar a relação ensino-aprendizagem.
               Logo, a importância de não dissociar a língua da cultura no processo ensino-aprendizagem reside no fato de que a língua não é apenas a estrutura formal e sistematizada, mas compreende também a interação entre os indivíduos e essa interação se dá num contexto sócio-cultural que abarca implícitos que não podem ser ignorados na atividade entre os falantes.