Quem sou eu

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Salvador, Bahia, Brazil
A língua está em mim, me perpassa, faz parte da minha formação como ser social inserido num grupo. Compõe ainda a minha própria formação acadêmica já que resolvi após o primeiro curso superior (Administração), cursar Letras. Essa língua me representa em todos meus conflitos, pois suas características são iguais as minhas, um ser multifacetado, de exterior sóbrio e estático, mas no íntimo um turbilhão em movimento. Assim como um rio congelado que apresenta a sua superfície estática, mas o seu interior está sempre em movimento, num curso perene. Capacidade de adaptação e compreensão com singularidade e regionalidades tolerantes como próprios à língua. Escrever é para mim, como respirar, sinto essa necessidade e é através da escrita como afirmou Aristóteles que transitamos desde o terror até a piedade de nós mesmos e do outro. Esse ofício da escrita nos eleva, nos projeta, nos ressignifica quando tocamos o outro com as nossas palavras, seja no universo ficcional, biográfico ou autobiográfico. Escrever é uma necessidade, escrever é transpirar no papel as nossas leituras.

quarta-feira, 14 de março de 2012

TEATRO




Márcia nasceu numa família de três irmãos, possuía um dom sem igual: amar de forma incondicional. A sabedoria da vida não a presenteara em vão.
Márcia amou muito cedo e cedo percebeu o seu martírio. Se relacionava com um homem aparentemente perfeito. Casado, ele não funcionava para ela.
Márcia só seria lembrada nos momentos difíceis da vida desse homem. Para ele Márcia era mais mãe que amante sempre a incumbindo de agradá-lo com presentes caros como perfumes ou a onerando com seus gastos nas grifes Surf Wear.
Márcia penava, mas amava. Até fantasiara uma realidade amorosa, porém no seu íntimo sabia ser preterida e objeto de interesse pecuniário.
Márcia, um dia, nunca mais. Resolvera por fim em tudo. Fechara-se para o mundo ao terminar com Júnior.
Afogava assim o dom da desilusão que alimentara por anos.
Márcia esta no Teatro, a cada peça interpreta um novo amor, desses que não vivenciou. Aprendera a arte desde o terror até a piedade, dos outros e de si, a vida a preparara para o Teatro.



RICHTER 6.7



Um emaranhando de sentimentos. Agora me encontro só, busco-me em meio à confusão estabelecida na minha gênesis. Um tremor me invade, sinto o prenúncio do fim. O final da estabilidade ou seria da dependência?
Independo-me do sentimento, torno-me invulnerável, resolvo pela autossuficiência, não preciso de metades para me completar;
Estou completo, preenchido pela decisão.
Ocupa-me demasiadamente, aprendo a insensibilidade, sufoco o sentimento, banalizo a dor, naturalizando o sofrimento. O vazio no meu olhar cinde a alma no grau 6.7 da Richter.