Quem sou eu

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Salvador, Bahia, Brazil
A língua está em mim, me perpassa, faz parte da minha formação como ser social inserido num grupo. Compõe ainda a minha própria formação acadêmica já que resolvi após o primeiro curso superior (Administração), cursar Letras. Essa língua me representa em todos meus conflitos, pois suas características são iguais as minhas, um ser multifacetado, de exterior sóbrio e estático, mas no íntimo um turbilhão em movimento. Assim como um rio congelado que apresenta a sua superfície estática, mas o seu interior está sempre em movimento, num curso perene. Capacidade de adaptação e compreensão com singularidade e regionalidades tolerantes como próprios à língua. Escrever é para mim, como respirar, sinto essa necessidade e é através da escrita como afirmou Aristóteles que transitamos desde o terror até a piedade de nós mesmos e do outro. Esse ofício da escrita nos eleva, nos projeta, nos ressignifica quando tocamos o outro com as nossas palavras, seja no universo ficcional, biográfico ou autobiográfico. Escrever é uma necessidade, escrever é transpirar no papel as nossas leituras.

sábado, 29 de março de 2014

Tripartite




                  Penso muito. Nada sei, um homem e duas mulheres. Não censuro. Já fui o quarto num relacionamento como esse. Mas o que leva a repartir a alma no interior de três. E o que dizer de compartilhar  a virilidade masculina esporadicamente?
                   Noites solitárias e com meia companhia. Sonhos adormecidos e frustrados. Como não se aventurar em busca de algo próprio? O comodismo a aprisionara algemando-a num relacionamento infeliz e vergonhoso. Compensava-se com o trabalho e o gasto compulsivo.
                   Sabia que não estava feliz, não era, nem seria, se prostrada permanecesse. A opinião alheia não lhe movia. Como uma lente translúcida, fingia não enxergar, como aprendera a fingir ser amada e estar contente. pobre refugo de gente, não desenvolvera  a vontade de viver.

quinta-feira, 13 de março de 2014

QUIETUDE





                       Pretendo deixar o efêmero, alcançar o pleno, findar a busca, sepultar a luta, encontrar descanso. Borbulho negativas, exalo decepções, Só. Prisão lúgubre, penetro num rio introspecto, arrependo-me do que não deu certo, me comprime  os anos, peso do tempo, inexatidão do momento.
                        Exaspero fugaz.Vivo a eternidade, não abraço o volúvel, considero absurdo, resguardo o correto; não príncipe, não poeta, não cavaleiro, não atleta.
                         Invólucro humano,amálgama divino,composto de desejos, revestido de medos, anseios, dor e força. Ousadia para amar, doar, arriscar-se!






domingo, 9 de março de 2014

EQUINÓCIO









         

       Minha primavera é  de folhas secas, minhas buscas exauri, meu relacionamento frio, sempre fora oculto...
                  Transpiro angústias, insatisfação constante. Casado com o silêncio, interpretando a  felicidade dia-a-dia, preciso dar voz  à realidade, complementar a  metade, alcançar a verdade. Vivo um mundo sem sonhos...
                   Não estou completo, sinto me exilado, rejeitado, abjeto, equinociado.