Culler
problematiza o conceito de literatura para demonstrar que o conceito estrito
(específico) é o que nos interessa, porém não é definido facilmente: Literatura
é uma relação de linguagem com uma cultura e um contexto no qual a literatura
está inserida.
A
literatura é sempre uma relação com: outra obra, textos teóricos, obras
literárias.
Culler
afirma ainda que o texto literário apresenta características como:
complexidade, multissignificação, criação, variedade, predomínio da conotação e
ênfase no significante. No entanto, apesar da literatura conter essas
características (Literariedade), para Culler, ela não se limita só a isso,
porque a literatura é ampla.
Já
para Barthes a literatura assume vários saberes por que todas as ciências estão
presentes no momento literário de forma indireta da reflexividade, e isso é um
processo infinito.
Barthes
(1989) em seu texto Aula, valoriza a variedade linguística do tratar da
liberdade utópica de escolhas que os indivíduos possuem de poder escolher uma
linguagem segundo as suas perversões e não segundo a lei.
Barthes
trata ainda sobre o poder do deslocamento que a literatura exerce sobre os
indivíduos (leitores) e ainda sobre o próprio escritor (autor) e cita que este
pode tentar fugir do que produziu (obra escrita), mas não dos seus pensamentos
(a obra internalizada no seu consciente).
Logo,
podemos depreender também a ligação que a literatura faz entre texto escrito (a
obra) e o teatro através da língua.
A
literatura através da semiótica (traduções Intersemióticas) trabalha com signos
desenvolvendo a linguagem em todos os campos da ciência, daí a multiplicidade
dos saberes.
É
a partir desses conceitos de literatura e de texto literário que Hoisel (2002)
irá fazer suas considerações. Para Hoisel, o texto define-se como qualquer
discurso, qualquer malha significante que pode ser lido, relido, e escrito,
reescrito em cada leitura. Constitui-se um mosaico de citações, contribuição de
vários autores diacrônicos e sincrônicos.
Segundo
Hoisel, a leitura é um duplo gesto que consiste em decodificar/codificar o
tecido textual há uma possibilidade infinita de interpretações de um mesmo
texto. Nesse exercício, o leitor é aquele que traduz um código para outro.
Podendo ser descompromissado ou criterioso quanto à leitura que está fazendo
(decodificando/codificando).
No
entanto o texto pode apresentar um caráter de mascaramento, que consiste na
capacidade que o texto artístico possui de permanecer imperceptível diante da
percepção do leitor. Já o estranhamento, consiste em dar uma nova visão do
objeto e não o seu reconhecimento, subvertendo expectativas lógicas,
psicológicas, científicas do receptor.
Hoisel
trata ainda da mensagem estética, afirmando que esta se apresenta estrutura da
de modo ambíguo e surge como auto-reflexiva, isto é, quando pretende atrair a
atenção da obstinatario para a forma dela mesma – mensagem. Possui capacidade
infinita de renovação da linguagem, e a auto-reflexividade que é a
possibilidade de dar forma e demonstrar experiências, um poema é sempre sobre
outro poema (desmonta a tradição, dialoga, apresenta nova perspectiva).