Quem sou eu

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Salvador, Bahia, Brazil
A língua está em mim, me perpassa, faz parte da minha formação como ser social inserido num grupo. Compõe ainda a minha própria formação acadêmica já que resolvi após o primeiro curso superior (Administração), cursar Letras. Essa língua me representa em todos meus conflitos, pois suas características são iguais as minhas, um ser multifacetado, de exterior sóbrio e estático, mas no íntimo um turbilhão em movimento. Assim como um rio congelado que apresenta a sua superfície estática, mas o seu interior está sempre em movimento, num curso perene. Capacidade de adaptação e compreensão com singularidade e regionalidades tolerantes como próprios à língua. Escrever é para mim, como respirar, sinto essa necessidade e é através da escrita como afirmou Aristóteles que transitamos desde o terror até a piedade de nós mesmos e do outro. Esse ofício da escrita nos eleva, nos projeta, nos ressignifica quando tocamos o outro com as nossas palavras, seja no universo ficcional, biográfico ou autobiográfico. Escrever é uma necessidade, escrever é transpirar no papel as nossas leituras.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

ESCRAVAS DO CALENDÁRIO




Me procuro. Olho num vôo introspecto, sobrevôo cacos. Nada restou, estou no limiar da esperança. Agora sei que não há chance, nada poderá alterar a realidade, preciso encará-la e me reinventar.
Decido não mais contentar-me com o pouco ou nada. Sei que posso mais, mais que isso. Acostumara-me com o pouco o ínfimo. Tinha medo de mudar, de alterar a paz das coisas bem arrumadas, apesar de escassas.
Não preciso da sabedoria da “Pitonisa”. Contemplo o futuro que me espera, sei que posso mais, decido não me contentar com menos que isso. O mais sempre, e cada dia mais. Eu sou Fúria. O vazio não tem espaço em minha plenitude, mergulho em mim e vejo a minha própria imagem bela e imponente como no espelho de Narciso com suas águas calmas.
Me encontrei. Me incinero, sou agora alicerce firme, capaz de direcionar meu destino e sorte, torno-me imune aos males da alma, queimo as cinzas transformo-me em fogo e novamente ave num sobrevôo sobre a vida.