A
casa deveria ter vários cômodos, ser espaçosa, arejada, cozinha americana, com
janelas transparentes na parede do fundo, de modo que pudessem avistar a área
externa ou quintal, muro alto em redor, jardim simples com algumas plantas
úteis para chás e algumas flores como cravo, girassol, margarida etc.,
churrasqueira, uma piscina pequena e espreguiçadeiras para pegar sol, sim, essa era a
atividade predileta dele depois da atividade física, é claro, o Cooper. O
restante da casa não era tão importante para ele. A sala era bem cômoda com
carpetes e sofás, uma tv com imagem 4D, sistema de som integrado, a sensação
era de estar numa sala de cinema de um grande shopping, os dormitórios eram
personalizados com temas como: as fotos dele próprio, em trajes de banho, e em
passeios com os amigos, outro quarto fora decorado com as cores e bandeiras dos times do coração e o de hospede, apresentava decoração com temas literários:
O Dom Quixote, O médico e o monstro, além de personagens kafkianas como: o
agrimensor e o médico rural. A construção fora rápida, num dia chegara a
construtora responsável pela obra, no outro o esqueleto da casa estava montada,
e logo a ideia passara da mente de K. para
plano real, satisfazendo, assim o sonho de toda a sua vida.
Quem sou eu
- O Gigolô das Palavras
- Salvador, Bahia, Brazil
- A língua está em mim, me perpassa, faz parte da minha formação como ser social inserido num grupo. Compõe ainda a minha própria formação acadêmica já que resolvi após o primeiro curso superior (Administração), cursar Letras. Essa língua me representa em todos meus conflitos, pois suas características são iguais as minhas, um ser multifacetado, de exterior sóbrio e estático, mas no íntimo um turbilhão em movimento. Assim como um rio congelado que apresenta a sua superfície estática, mas o seu interior está sempre em movimento, num curso perene. Capacidade de adaptação e compreensão com singularidade e regionalidades tolerantes como próprios à língua. Escrever é para mim, como respirar, sinto essa necessidade e é através da escrita como afirmou Aristóteles que transitamos desde o terror até a piedade de nós mesmos e do outro. Esse ofício da escrita nos eleva, nos projeta, nos ressignifica quando tocamos o outro com as nossas palavras, seja no universo ficcional, biográfico ou autobiográfico. Escrever é uma necessidade, escrever é transpirar no papel as nossas leituras.
terça-feira, 31 de julho de 2012
terça-feira, 17 de julho de 2012
REFÉM
Um
beijo, apenas um beijo, e o fim. Há anos se relacionavam em cumplicidades.
A
tolerância harmonizava a união, mas desde então, a inconformação.
Exigia
mais de si, e do outro, não aceitava ser relegado ao acaso, a ocasião propícia.
Desejava mais, muito mais, mais tempo, mais dedicação, mais reconhecimento. E fora
a procura, o que encontrou?
O
vazio, a sensação de impotência diante do desinteresse do outro, o desprezo, a
revolta.
Roubara-lhe
um beijo, sem sabor, sem emoção, impregnado de culpa. A incompatibilidade de
sentimentos provoca a fim do relacionamento.
quarta-feira, 4 de julho de 2012
O CICLO DA VIDA
O
ano se inicia, mais expectativas são impelidas em busca de realizações.
Amanhece,
anoitece, num ciclo de trinta dias, mudanças constantes, no interior, a estática
permanece.
Anseios
agitam a alma. O corpo máquina preguiçosa, nega obediência às tarefas diárias, o
cansaço não permite que o trabalho seja satisfatório. O ganho não compensa as necessidades.
Sente-se
como numa atividade inútil que nunca equivale à dignidade da vida.
Sobrevive
a margem, adaptando-se as urgências do dia. Darwin se agradaria de pesquisar
essa espécie que participa da seleção sócio natural, num conflito entre alma,
corpo e ambiente.
REFLEXÃO
Dentro
da noite, no auge da inexatidão, avisto a minha essência imersa e mesclada a
densa escuridão. Busco a identidade, quem sou, o que me tornei? Regras não me
dominam.
Domesticação?
Jamais!
Sou
criatura arisca e rude, tirada do seio da terra, da mata fechada, o sem Lume. De
alma inóspita, de instinto selvagem. Sou a força bruta, sou coragem, sou a
necessidade da existência, sou a ausência.
Ausência
do bem, do belo, ausência do certo, do correto. Sou a ética da transgressão,
sou a estética da alucinação e como o sofista que resiste a Platão não dando
ouvidos a procedimentos vãos, sigo transgredindo a razão.
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