Quem sou eu

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Salvador, Bahia, Brazil
A língua está em mim, me perpassa, faz parte da minha formação como ser social inserido num grupo. Compõe ainda a minha própria formação acadêmica já que resolvi após o primeiro curso superior (Administração), cursar Letras. Essa língua me representa em todos meus conflitos, pois suas características são iguais as minhas, um ser multifacetado, de exterior sóbrio e estático, mas no íntimo um turbilhão em movimento. Assim como um rio congelado que apresenta a sua superfície estática, mas o seu interior está sempre em movimento, num curso perene. Capacidade de adaptação e compreensão com singularidade e regionalidades tolerantes como próprios à língua. Escrever é para mim, como respirar, sinto essa necessidade e é através da escrita como afirmou Aristóteles que transitamos desde o terror até a piedade de nós mesmos e do outro. Esse ofício da escrita nos eleva, nos projeta, nos ressignifica quando tocamos o outro com as nossas palavras, seja no universo ficcional, biográfico ou autobiográfico. Escrever é uma necessidade, escrever é transpirar no papel as nossas leituras.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

O ESPELHO DE ÁLICE


                    Cedo gostava de escrever, ler, recitar. Tinta preta escrevia seus diários. Luto? Talvez... Nunca fora de amar certo, preterida sempre, amava amigos, mas esses não a correspondia.
                     Com os pés no caminho inverso, doava-se por completo, sempre angariando o tédio. Crescera nesse interstício- amor-dor-vexame-confusão. Alienaram suas emoções, buscavam definição: sofrimento como paga por tal transgressão.
                      Entretanto aprendera de Eliot: " que o fim de toda busca será chegarmos onde começamos e ver o local pela primeira vez." Iniciara agora de outra forma, porém da mesma maneira. Confiante e disposta a entregar-se. Antes do trigésimo dia, a decepção: a verdade em ação. Resolvera perdoar, relevando, amou a distância, transpareceu felicidades vivendo novidades.
                      Amanhecer. No reflexo visualizava o desejo, o conserto do mundo, a ordem das coisas, a arbitrariedade do signo, contrariedade no amor. Desejava abandonar a compreensão, conhecer a paixão, realizar a satisfação.