Quem sou eu

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Salvador, Bahia, Brazil
A língua está em mim, me perpassa, faz parte da minha formação como ser social inserido num grupo. Compõe ainda a minha própria formação acadêmica já que resolvi após o primeiro curso superior (Administração), cursar Letras. Essa língua me representa em todos meus conflitos, pois suas características são iguais as minhas, um ser multifacetado, de exterior sóbrio e estático, mas no íntimo um turbilhão em movimento. Assim como um rio congelado que apresenta a sua superfície estática, mas o seu interior está sempre em movimento, num curso perene. Capacidade de adaptação e compreensão com singularidade e regionalidades tolerantes como próprios à língua. Escrever é para mim, como respirar, sinto essa necessidade e é através da escrita como afirmou Aristóteles que transitamos desde o terror até a piedade de nós mesmos e do outro. Esse ofício da escrita nos eleva, nos projeta, nos ressignifica quando tocamos o outro com as nossas palavras, seja no universo ficcional, biográfico ou autobiográfico. Escrever é uma necessidade, escrever é transpirar no papel as nossas leituras.

domingo, 27 de outubro de 2013

TRAVESSIA




                     Da minha vida fiz um caminho, uma ponte de emoções, entrelacei vários sentimentos, fiz o coração cidade abrigo. Refiz os perigos, angariei amigos não me achei nos desencontros perdidos.
                     Abracei o silêncio, amei a contento, relacionamentos emprestados, devassados, solidários. Fiz do escuro, claro e o escuso noticiei.
                      Emprestei meu sorriso abdicando do riso, dediquei a alma, a amar sem causa. Aplaquei a paixão, amadureci a razão, e só então, concebi a satisfação.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

MAGISTER





              Sou o início de tudo, sou a Hera das eras, sou o papel em branco, sou a significância do canto,
sou a completude do ser, sou o amálgama do saber. Gero, multiplico, desnudo, aperfeicôo, alimento instruo.
               Entôo cântico de conhecimento, levo ao mundo o meu alento. Forjo valores, ideais. Égide egrégio, crenças. Desmistifico a ciência.
               Preencho o interstício, sou o discurso político. Efemérides universal. Personalizo o conhecimento real.  

sábado, 12 de outubro de 2013

CLAUSURA







                     Houve um tempo em que me perdia. Perdia-me ao perder muito tempo, negando o  real,
 abraçando o desleal, fugindo da existência, imaginando transparências.
                      Vivia sufocado, enclausurado. Anestesiara o desejo, o medo, a razão. Mentia a realidade, vestia a impossibilidade. não aventava a satisfação, a plenitude da realização.
                      Comungar com o mesmo gênero, ser abjeto, obsceno. Suportar o descaso, o desprezo, preconceito. Caminhar contrário ao sentido direito, ser condicionado, epígono imperfeito.